Outro dia me lembrei de você. Do nada. Não foi saudade, juro. Só lembrei da época em que nossas vidas eram conectadas de alguma forma.
Lembrei do seu jeito tímido, dos talentos que você mantinha escondidos, porque não acreditava em si próprio, do jeito que você ficava quando pensava em assuntos sérios... Todas essas coisas e outras mais, passaram pela minha mente em uma fração de segundos.
Não sei porque pensar em você depois de todos esses anos. Te esquecer foi uma das coisas mais difíceis que já fiz na vida. Hoje, eu aceito que não era pra ser. Nós dois. Nunca foi pra ser.
Mas, imaginar uma vida com você ao meu lado era fácil. Parecia certo na época. Minha vida encaixava na sua e a sua encaixava na minha. Mas, claro que se fosse assim, nossa vida seria diferente hoje e você estaria comigo.
Acho que estou divagando sobre isso, porque estou sozinha há muito tempo, e às vezes bate uma vontade de ter alguém para compartilhar, somar, sentir. E acho que posso afirmar que você foi o grande amor da minha vida. Ao menos até agora. E é assustador pensar que talvez eu não seja capaz de sentir tudo aquilo de novo. Porque afinal, você está com outra pessoa, e acho que feliz (só posso supor, já que não nos vemos há tantos anos). Mas, eu estou aqui, sozinha. Nem feliz, nem infeliz, numa espécie de limbo, tentando sentir alguma coisa. Tentando viver alguma coisa. Tentando ser alguma coisa. 
Apesar de tudo, tenho muito a te agradecer, os momentos que me proporcionou foram lindos e de vez em quando eu os revisito na memória, só para lembrar que a vida pode ser boa, que ela pode ter um toque mágico. E que quando você se doa, nunca fica de mãos vazias.

Trechos

*Deveras, gosto de fazer essas coisas. Pegar a vida e fazer com a vida outras tantas vidas, fazendo de conta que a vida é diferente. Penso que, com isso, até melhoramos um pouquinho a vida. Aprendemos a melhorar a vida. E até melhoramos um pouquinho cada um de nós*

José Arrabal
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